sexta-feira, agosto 01, 2008

pés de sinamão (parte 3)


Faziam bastante sombra, era um espetáculo de sombra. Só quem teve um pé de sinamão, sabe.


...não é todo lugar que se consegue ter sinamões, como se tinha naquela casa.
Antigamente era um barraco, uma mistura de casa, quartos, padaria, tudo amontoado numa esquina. Não sei como cabia aquilo tudo de gente lá: clientes e moradores da casa. Depois deram uma ajeitada, a venda das Roscas de Polvilho ajudou nisso, terreno do lado foi comprado e reformas foram feitas, foi aí que sobrou espaço para a vinda do primeiro pé de sinamão.
Sim... porque primeiro veio um, anos depois que apareceu o segundo. Pés de sinamão são sempre bem vindos. Faziam bastante sombra, era um espetáculo de sombra. Só quem teve um pé de sinamão, sabe.
Teve um dia que o moleque queria ser forte, aí ele pegou um pedaço de madeira para formar uma barra entre 2 braços de um dos pés de sinamomo, não ficou lá aquelas coisas que se vê em uma academia, ficou uma barra meio que inclinada, mas dava para fazer alguns exercícios.
Era um tempo que com 8 anos de idade já servia de mão de obra para alguns serviços da família. Já na geração de seu pai e sua mãe, com 4 ou 5 anos no máximo, umas espigas de milho para debulhar às galinhas, uns “mato pra cortá”, umas “pareia de boi pra tocá” e mais outras atividades, era uma idade perfeita para realizá-las. Nos dias de hoje, claro que já se tem uma idade que se começam alguns trabalhos.... só não sei qual foi o site que saiu a última pesquisa que entre os 18 e 22 anos a maioria das nossas crianças JÁ estão exercendo certas responsabilidades perante a família e a sociedade, sei lá, devo ter lido em algum site mentiroso, também deve ser mentira mesmo.
Com certeza é.
“mas pai eu queria brincar”,
Vez ou outra o moleque tinha que auxiliar seu pai na padaria...
“que nada! Não vê mesmo, hã hã.. nada de brincar agora, antes quero que você me ajude aqui. Tem o pão d’água pra fazermos... depois tu brinca, vem logo, já pra dentro”.
Será que esse foi um dos motivos para o rapaz sair da Terra do Polvilho e partir para a Terra do Carvão aos 14 anos para ser aspirante a vida sacerdotal? Será que lá ia ter sinamomo... e porque ele abomina tanto as igrejas hoje?

3 comentários:

Anônimo disse...

A resposta desta pergunta saberemos no proximo texto, pés de sinamão (parte 4). É um ótimo texto.

david santos disse...

Olá!
Primeiro, quando puderes, explica-me o que são "pés de sinamão", ok?

Quanto ao que me perguntas, eu tenho sido uma pessoa muito "controversa" ao longo da minha vida:
1º; tinha ainda 19 anos, fui para a guerra colonial no tempo do fascismo. Aí passei grande parte do tempo militar preso em Angola. Tinha eu cerca de 20 anos, uma criança, portanto. Isto, por não ir para combates. Pois, apesar de ser criança, já entendia que aquela guerra era uma guerra injusta e que na qual não devia participar. Já com cerca de 24 anos, os lacaios do "PODER" mandaram-me de novo para Portugal onde estive preso uns meses antes de me mandarem para casa, para a minha terra, Cucujães, Oliveira de Azeméis, Distrito de Aveiro, mais ou menos, no centro de Portugal.
2º; uma vez liberto, fui trabalhar para uma fábrica de calçado que era de um meu irmão mais velho que me ajudou a que eu fosse estudar para uma Universidade no Porto onde me licenciei em economia, tendo nessa altura ido trabalhar para uma grande empresa. Ganhava bem e fazia uma vida boa. Mais tarde uns anos, pouco contente com a situação que se vivia aqui em Portugal, fui trabalhar para a Rússia, Holanda, Noruega, Espanha e África, nomeadamente, Guiné-Bissau, Costa do Marfim, Congo, Serra Leoa e Senegal. Nesta parte do mundo, África, estive a dar aulas e a formar gente daquelas terras. Isto, por volta dos meus 30, 35 anos de idade. Porém, aos 36 anos de idade, vim para Portugal, arranjei uma mulher e casei-me, temos 3 filhos e 2 netos. O meu filho mais novo, já tem 26 anos, as 2 mais velhas têm 30 e 31. Esta é a parte que me diz respeito pessoal, pouco mais ou menos...
3º; aos 55 anos voltei para a Guiné-Bissau, Costa do Marfim e Senegal. Quando voltei, 3 anos mais tarde, pedi a minha reforma e deixei de trabalhar. Como gostava de escrever, neste caso, poesia, comecei a escrever e a publicar na Editorial Minerva em colectânea. Também publicava nos Jornal de Notícias, o jornal diário de maior tiragem em Portugal. Ainda hoje faço isto. Agora estou a trabalhar ou a escrever, como se queira, alguns romances. Já tenho um para publicação, mas não sei se a Editora o publicará ou não, pois não tenho o feitio de andar a pedir para que os meus trabalhos sejam publicados, se quiserem publicar, publicam. Se não quiserem, eu não entro no campo das influências. Sou totalmente livre. Contudo, hoje a minha vida é só escrever. Isto não quer dizer, apesar de ter várias publicações, como disse em poesia, que eu seja um escritor.
Quanto ao meu blogue, como já deves ter visto, embora eu já tenha retirado muitos poemas, eu só escrevia poesia. Nessa altura, eu tinha cerca de 600 visitas por dia. Portugal, Brasil, Espanha e toda a América Latina. Passados uns meses, porque uma senhora americana e uma Editora Chilena me pediram, comecei a escrever em vários idiomas. De seguida, como se estavam a levantar muitos problemas com as crianças em todo o mundo, comecei a trabalhar e a desmascarar a pedofilia. Em Maio deste ano parei. Comecei a fazer um doutoramento na área da Linguística e Língua portuguesa, o que ainda não acabei. Mal acabe, pois espero acabar dentro de pouco tempo, voltarei a fazer alguns trabalhos no meu blogue. Não farei muitos, mas farei alguns.
Abraços e um bom fim-de-semana.

David Santos

david santos disse...
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